Para uns, um pecado, para outros uma necessidade e, por fim, para muitos uma rotina: tabaco e cannabis. Apesar do desagrado dos puristas, muita gente faz essa combinação e não vive sem ela. Para acabar de vez com esse embate, nesse artigo da Smoke Point vamos te contar um pouco mais sobre os prós e contras dessa mistura, para que você crie a sua própria opinião enquanto maconheiro ou fumante. Prepare o seu isqueiro e bora jogar fogo nessa treta!
Mesmo fumando todos os dias, muita gente não sabe que essa fusão tem um nome: spliff. Conhecida em muitos lugares como um nome para “baseado”, na realidade o spliff consiste na mistura entre cannabis e tabaco, não necessariamente com uma proporção fixa. O mais comum é geralmente usar de 70% a 80% de erva, levando em consideração qual bud você está escolhendo, se vai bolar com prensado, sua própria resistência, etc.
O haxixe também pode entrar na jogada: é tudo “a gosto”, igual essas receitas que a gente custa a saber quanto usar de cada coisa. Por isso o spliff é feito “no olho”, de acordo com a preferência de quem vai fumar: muito ou pouco tabaco, com ou sem haxixe. É você que manda! A única regra é que a maconha esteja em maior proporção.
A origem do termo vem nada mais nada menos de uma das maiores personalidades do universo maconheiro: Bob Marley. Na letra de “Easy Skanking”, canção do álbum Kaya de 1978, o cantor repete “Excuse me while I light my spliff”, e acabou que a expressão pegou.
Existem diversos bons motivos para abraçar o spliff. Apesar desse tópico causar tanta discussão quanto “biscoito x bolacha”, podemos citar várias vantagens da mistura entre cannabis e tabaco.
O spliff é capaz de potencializar os efeitos da sua brisa, pois une as propriedades relaxantes da erva junto ao poder estimulante do tabaco. O resultado é uma sesh mais prazerosa, trazendo mais tranquilidade e êxtase.
A maioria do tabaco comercializado já vem em tiras menores e regulares, praticamente prontas para enrolar. Esses pedaços proporcionam uma queima mais uniforme ao spliff, o que tira a necessidade de tragadas mais profundas, daquelas que te deixam quase sem fôlego. A probabilidade do spliff “jacarezar” é bem menor, o que também ajuda você a fumar seu baseado por completo e evitar desperdícios.
Não adianta negar: a maioria das pessoas faz essa mistura justamente por esse motivo. O tabaco é relativamente mais barato e de fácil acesso do que a maconha, mas mesmo assim também é uma maneira de ficar tranquilo, mesmo levando em consideração seu potencial dano à saúde. E você ainda leva de brinde mais de 4700 substâncias tóxicas!
Fazer isso é uma maneira de economizar a sua erva, mas sem perder o que você mais valoriza na hora de fumar: a onda.
Cá entre nós, o cheiro de maconha não é uma das coisas mais imperceptíveis do mundo. É por isso que os vendedores de incenso amam tanto o nosso público!
Infelizmente, levando em consideração as políticas proibicionistas e de guerra às drogas no Brasil, para fumar devemos nos preocupar não só com a segurança do ambiente, mas também com a discrição. A mistura de cannabis e tabaco não deixa de ter um cheiro forte, mas que pode ser tranquilamente “confundido”.
Nem tudo que reluz é ouro, não é verdade? É claro que, como tudo na vida, o spliff também tem as suas contraindicações.
Fumar spliff infelizmente não pode ser uma rotina. Vale lembrar que o tabaco é muito mais nocivo que a maconha, mesmo levando em consideração que os dois podem fazer mal ao seu sistema respiratório quando utilizados. A grande diferença é que ainda não existem níveis comprovadamente seguros para o uso de tabaco, mas a qualidade e procedência do seu fumo faz total diferença nesse quesito.
Por isso, pense na redução de danos e dê preferência sempre a fumos de qualidade, preferencialmente orgânicos e o menos industrializados possível. O tabaco em si não vai te matar. O que mata é o vício.
Existem strains que possuem características únicas: o kush tem seu sabor frutado e até mesmo cítrico; concentrados como o ice trazem uma refrescância única; e o kief tem toda a concentração natural e artesanal dos tricomas, melhor parte da planta. Às vezes é importante misturar o tabaco para uma brisa mais tranquila, mas se você quer fumar aproveitando algumas características específicas do seu bud, isso não é recomendado.
Com seu kit em mãos, separe sua seda preferida, piteira/filtro e dichave a erva e o tabaco. É crucial que os dois sejam dichavados juntos, mesmo que o tabaco já venha no jeito para fumar. O restante do processo com certeza você já sabe: siga os mesmos passos de bolar um beck tradicional:
● Abra a seda, sem deixar dobras;
● Posicione o filtro ou piteira de vidro;
● Adicione a mistura;
● Feche com cuidado, passe a goma e agora é só correr para o abraço!
A dica se tratando de spliff é dar sempre preferência ao filtro, pois a fumaça do tabaco pode trazer muito mais danos do que a da maconha. Por mais que a piteira esfrie a fumaça, só o filtro é capaz de reter certas impurezas e substâncias.
E esse é o fim do nosso papo de hoje, pessoal! Para o desespero dos haters, com certeza vamos trazer mais dicas sobre tabaco, kumbaia e outras combinações. Se você não curte tabaco, desculpa te avisar, mas apesar de sermos maconheiros isso aqui é uma tabacaria!
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